terça-feira, 29 de março de 2011

Grécia - período homérico


Os tempos homéricos se constituem nos primeiros tempos do mundo grego. A partir do ano 1.200 a.C. vários povos (aqueus, eólios, jônios e dórios) invadiram a península balcânica, destruindo a civilização micênica, que tinha se desenvolvido nessa região. A partir daí começa-se a formar a civilização grega.

O nome do primeiro período da história grega é tempos homéricos devido ao fato de o conhecimento que temos desse período vir quase que totalmente dos poemas de Homero: a Ilíada e a Odisséia. Esses poemas contavam histórias fantásticas sobre guerras e aventuras de heróis gregos. Por eles podemos descobrir muitos aspectos da vida dos gregos no primeiro período de sua história.

Nessa época os gregos se organizavam em grandes famílias, onde vários casais podiam viver sob a autoridade de um único chefe. Essa comunidade era a unidade produtiva, política e social. Nesta comunidade estavam incluídos todas as pessoas livres e não livres, instrumentos, bens, terras, etc.,  tudo e todos estavam sob o comando do chefe. A esse tipo de comunidade na região da Grécia, dá-se o nome de óikos (casa ou família). A liderança nesses grupos era geralmente exercida pela pessoa mais velha.
Praticamente todo o trabalho produtivo realizado no óikos, era feito pelos escravos. Escravo é uma pessoa que não possui liberdade, isto é, não se governa, mas é mandado por outro, é considerado uma propriedade de outro. Na antigüidade o escravo era uma coisa, pois não era considerado como as outras pessoas, mas apenas um objeto de trabalho.

Haviam várias maneiras para se obter escravos: através da guerra, onde os derrotados eram tomados como escravos; através da compra (pessoas que haviam sido raptadas, prisioneiros de guerra ou indigentes ou escravizados por dívidas). As escravas constituíam a maioria dos escravos da casa. Tinham tarefas domésticas como moer grãos, cozinhar, lavar e fazer roupas. Os escravos do sexo masculino também tinham tarefas domésticas como por exemplo servir a mesa, mas também trabalhavam nos campos, principalmente na criação de animais. Nem todos os escravos recebiam o mesmo tratamento. A escravidão daquele tempo era muito diferente da que ocorreu no período colonial do Brasil: lá a escravização não era de uma raça, nem os escravos eram excessivamente maltratados. Muitos escravos alcançavam nível de vida razoável, podendo até ter seus próprios escravos e cultivar um pedaço de terra recebido de seu dono. Outros constituíam verdadeiros guardiões da família e de seus bens. Muitas vezes os escravos trabalhavam ao lado de seus senhores. Contudo, os senhores não tinham qualquer obrigação de trabalho, faziam apenas quando desejavam. As mulheres, principalmente, acompanhavam e coordenavam todo o trabalho da casa.

À família que chefiava o óikos, cabia as melhores terras. Todos os assuntos estavam sob sua influência. Estas famílias formavam grupos fechados, evitavam os casamentos com famílias subordinadas, a fim de evitar a perda do poder. Dentre eles, um era o rei, um grande chefe guerreiro.

Sem participar do óikos encontramos os demiurgos(demos-comunidade, ergon-trabalho), que eram trabalhadores da comunidade. Os demiurgos eram homens livres com alguma especialização (artesãos, médicos, cantores, ferreiros, etc.), que viviam de um para outro óikos, quando eram chamados para realizar algum serviço. Os demiurgos, apesar de não possuírem nenhuma propriedade, tinham uma boa posição social entre os homens livres pobres.

As pessoas de posição mais inferior na estrutura social dos tempos homéricos eram os tetas, camponeses sem terra, livres, sem nenhum vínculo com o óikos. Viviam perambulando a procura de sobrevivência, que conseguiam através de algum trabalho temporário. Sendo assim, podemos notar que o teta, apesar de ser livre, tinha condições de vida muito mais duras que o escravo.

Provavelmente havia também pequenos proprietários livres. 

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