quinta-feira, 31 de março de 2011

A globalização

A história da globalização do capitalismo tem sido apresentada por especialistas em geral em três fases:
A primeira fase começa com as grandes navegações, que levaram à descoberta de regiões do planeta ainda não conhecidas pelos europeus, nos séculos XV e XVI. O capitalismo expandiu-se geograficamente por todo o mundo, integrando-o num sistema único de produção e consumo de mercadorias.
Na segunda fase, que começou com a Revolução Industrial do século XVIII, o capitalismo europeu já contava com mercados consumidores em todo o mundo. Passaram então a desenvolver tecnologias que permitiram aumentar a produtividade do trabalho humano e, conseqüentemente, alcançar maior produção de mercadorias, com um número menor de trabalhadores, preços mais baixos e lucros maiores.
O terceiro momento, que é o atual, caracteriza-se pelo domínio completo das multinacionais. Estas tomaram grande impulso a partir dos anos 50, depois da Segunda Guerra Mundial, quando passaram a investir na reconstrução da Europa destruída pelo conflito. Hoje as transnacionais já detêm o controle dos mercados do mundo todo.
Através de uma constante evolução na eletrônica e na informática, o capitalismo mundial, com empresas que operam em todos os países, pode produzir bens, serviços e meios de comunicação impensáveis há apenas cinquenta anos. Controlando a maior parte dos capitais existentes, essas empresas dispõem do que há de mais avançado em ciência e tecnologia, para submeterem a sua dominação, Estados e regiões, países e povos do mundo inteiro, em busca do máximo de lucros.

FINANÇAS E COMÉRCIO
Para atuar no mundo todo, as transnacionais contam com um bem montado sistema financeiro internacional, que passou por um grande desenvolvimento nas últimas décadas. Atualmente, um número muito pequeno de grandes bancos controla o fluxo de dinheiro entre todas as regiões do planeta, tornando possível os investimentos e as transações das empresas transnacionais. Elas contam também com a ajuda de organismos supranacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que estabelece regras exigindo que os países filiados controlem a inflação e tenham uma economia estável. Ainda é função central do FMI atuar nas crises de pagamentos que possam existir em determinados países. Assim o FMI torna-se capaz de proteger os investimentos e os interesses das grandes empresas transnacionais e do capital especulativo internacional.
As transnacionais promovem transações entre as filiais ou entre as filiais e a matriz de uma empresa. Assim, automóveis fabricados no Brasil pela Volkswagen e pela Ford são vendidos para as mesmas empresas em outro país para, só então, serem colocados à disposição dos consumidores. Além disso, as multinacionais operam fabricando partes de um mesmo produto em unidades industriais localizadas em diferentes países, onde encontram vantagens.
Com o processo de globalização, as nações perdem importância política e, em certa medida, deixam de controlar as economias locais, em razão do fortalecimento das corporações transnacionais, que comandam a economia mundial.

NOVAS TECNOLOGIAS DOMINAM O MUNDO
Na nova organização mundial, que vem definindo quais os países detentores de maior poder sobre suas próprias economias e sobre a economia mundial, o domínio das novas tecnologias e do fluxo de informações passa a ser fundamental. No passado, era o poderio militar que representava o fator mais importante para a definição das relações entre os países. Hoje, com o fim da guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, essa situação foi radicalmente modificada. Agora manda quem detém o poder sobre as novas tecnologias.
Conforme os dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, 90% das mais avançadas tecnologias estão concentradas nos Estados Unidos, no Japão, na Europa Ocidental e nos novos países industrializados da Ásia - os chamados “tigres asiáticos”, como Cingapura, Taiwan e Coréia do Sul. No entanto, ao falar dos países que dominam as tecnologias de ponta, devemos considerar que os agentes econômicos que hoje detêm as inovações tecnológicas não são os governos desses países, mas as corporações transnacionais que neles atuam. Essas corporações são responsáveis por grandes investimentos em pesquisa, procurando manter a liderança nos ramos industriais e nos mercados onde operam.
Entre as novas tecnologias, a microeletrônica, os novos materiais e a biotecnologia ocupam uma posição de destaque.
A microeletrônica abrange o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos produzidos com o uso de componentes diminutos, fabricados com novos materiais. De modo geral, a microeletrônica é responsável pela evolução da indústria de informática, de telecomunicações e de entretenimento, entre outras.
A microeletrônica vem sendo aplicada na produção de computadores para uso em fábricas, bancos ou escritórios. Nas fábricas, seu emprego tem levado à automação da produção através do uso de robôs, que estão substituindo o trabalho dos operários menos qualificados.
Paralelamente ao desenvolvimento da microeletrônica, o desenvolvimento e barateamento dos transportes, bem como a sua maior segurança e velocidade, proporcionam importante elemento de suporte à globalização.
O desenvolvimento da microeletrônica só foi possível graças ao aparecimento de novos materiais produzidos e sintetizados em laboratório.
O arseneto de gálio, por exemplo, é um que está substituindo o silício, um elemento químico da natureza, fundamental para a eletrônica até os anos 80. Esse novo material possibilita aumentar cem mil vezes a velocidade de transmissão de informações, em equipamentos muito menores que os produzidos a partir do silício.
O arseneto de gálio está sendo pesquisado nos mais importantes laboratórios de física do mundo. O motivo para essa busca desenfreada do domínio sobre material está em suas aplicações mais prováveis - sistemas de rádio e telecomunicações por satélites, supercomputadores, telefones celulares, radares e equipamentos militares de todos os tipos.
Além da microeletrônica e dos novos materiais, pesquisas intensas também estão sendo desenvolvidas no campo da biotecnologia. Na agricultura, a biotecnologia vem sendo utilizada para aumentar o rendimento e a resistência às doenças de vegetais como milho, mandioca, algodão, batata e outros. É aplicada também na criação de animais, favorecendo o avanço de vários campos da medicina veterinária - diagnóstico de doenças, desenvolvimento de vacinas e medicamentos novos, administração do hormônio do crescimento para aumentar a produção de leite e de carne, etc.

Aspectos importantes da GLOBalização

Um dos aspectos mais fundamentais da globalização no momento atual é a mundialização do capital. Essa mundialização é resultado de dois movimentos conjuntos, estreitamente ligados. O primeiro é a longa fase de acumulação de capital ocorrida na maior parte do século XX. O segundo diz respeito às políticas de liberalização, de privatização e de desregulamentação que foram aplicadas desde o início dos anos 80, sob o impulso dos governos Thatcher e Reagan.
Ocorre então uma perda, para a maioria dos países, da capacidade de um desenvolvimento autônomo, autocentrado e independente. O desaparecimento de certas especificidades dos mercados nacionais e a destruição da possibilidade de levar adiante políticas próprias foram se efetivando através dos ajustes estruturais promovidos e de alterações nas legislações de cada país. Assim, a partir das políticas de Thatcher e Reagan, tendo continuidade nos governos dos demais países, ocorreu rapidamente uma política de desregulamentação, privatização e liberalização do comércio. Dessa forma o capital financeiro internacional e os grandes grupos transnacionais obtiveram a liberdade para se expandirem à vontade pelo mundo, explorando os recursos humanos, econômicos e naturais, onde lhes for mais conveniente.
Imensos fluxos financeiros se espalham então pelo planeta em procura de melhores rendimentos. Assim, diariamente o deslocamento desses fluxos podem fazer a força ou a bancarrota de um país.
Um dos fatores importantes na construção da ordem global está ligado às economias de escala. Com o avanço tecnológico alcançado, é cada vez mais vantajosa uma escala de produção maior, pois reduz substancialmente os custos. Assim uma integração econômica maior, com o avanço das trocas comerciais internacionais é vantajosa para as economias nacionais.
Na década de 80, o rápido crescimento do comércio mundial baseou-se, em grande parte, na intensificação dos intercâmbios intra-regionais, particularmente na Europa e sudeste asiático. O vigor dos intercâmbios intra-regionais, superior ao dos fluxos entre os pólos principais, é sem dúvida um fenômeno importante na estruturação do mundo global. Na verdade a globalização não é um jogo comercial totalmente aberto. Os países atraídos pelo ganhos do comércio regional partiram para desenvolver acordos comerciais e viabilizar efetivamente uma economia internacional nas áreas mais próximas geograficamente. Isso também serviu como proteção diante de um mercado totalmente aberto. Dentro da comunidade econômica se acertam os acordos e as regras de comércio. Assim foram se organizando os principais blocos econômicos: Nafta, União Européia, Apec e Mercosul.

terça-feira, 29 de março de 2011

A pólis grega


A pólis é uma Cidade-Estado, isto é, uma comunidade autônoma política e economicamente. Entretanto, para os gregos, ela significava muito mais que uma simples Cidade-Estado. A pólis era a comunidade de seus cidadãos, onde havia a participação política deles. Este era o espírito da pólis, uma tradição de participação ativa de seus cidadãos no governo e na decisão dos assuntos da cidade. Eles não entendiam a pólis como uma cidade, casas, prédios, etc. Para eles a pólis era a concretização do ideal de cidadania.

Entretanto, quando se fala em cidades, não se deve pensar que a maior parte da população grega morava nas cidades, nem que as cidades eram grandes metrópoles. Nada disso. A Grécia sempre teve povoamento maior da área rural. Entretanto as cidades cresceram um pouco em número e muito em importância. Havia pólis que não eram mais do que vilarejos, com uma praça central, onde se reuniam os cidadãos para discutir a política, e uma parte alta onde ficavam os prédios públicos.

Grécia - período homérico


Os tempos homéricos se constituem nos primeiros tempos do mundo grego. A partir do ano 1.200 a.C. vários povos (aqueus, eólios, jônios e dórios) invadiram a península balcânica, destruindo a civilização micênica, que tinha se desenvolvido nessa região. A partir daí começa-se a formar a civilização grega.

O nome do primeiro período da história grega é tempos homéricos devido ao fato de o conhecimento que temos desse período vir quase que totalmente dos poemas de Homero: a Ilíada e a Odisséia. Esses poemas contavam histórias fantásticas sobre guerras e aventuras de heróis gregos. Por eles podemos descobrir muitos aspectos da vida dos gregos no primeiro período de sua história.

Nessa época os gregos se organizavam em grandes famílias, onde vários casais podiam viver sob a autoridade de um único chefe. Essa comunidade era a unidade produtiva, política e social. Nesta comunidade estavam incluídos todas as pessoas livres e não livres, instrumentos, bens, terras, etc.,  tudo e todos estavam sob o comando do chefe. A esse tipo de comunidade na região da Grécia, dá-se o nome de óikos (casa ou família). A liderança nesses grupos era geralmente exercida pela pessoa mais velha.
Praticamente todo o trabalho produtivo realizado no óikos, era feito pelos escravos. Escravo é uma pessoa que não possui liberdade, isto é, não se governa, mas é mandado por outro, é considerado uma propriedade de outro. Na antigüidade o escravo era uma coisa, pois não era considerado como as outras pessoas, mas apenas um objeto de trabalho.

Haviam várias maneiras para se obter escravos: através da guerra, onde os derrotados eram tomados como escravos; através da compra (pessoas que haviam sido raptadas, prisioneiros de guerra ou indigentes ou escravizados por dívidas). As escravas constituíam a maioria dos escravos da casa. Tinham tarefas domésticas como moer grãos, cozinhar, lavar e fazer roupas. Os escravos do sexo masculino também tinham tarefas domésticas como por exemplo servir a mesa, mas também trabalhavam nos campos, principalmente na criação de animais. Nem todos os escravos recebiam o mesmo tratamento. A escravidão daquele tempo era muito diferente da que ocorreu no período colonial do Brasil: lá a escravização não era de uma raça, nem os escravos eram excessivamente maltratados. Muitos escravos alcançavam nível de vida razoável, podendo até ter seus próprios escravos e cultivar um pedaço de terra recebido de seu dono. Outros constituíam verdadeiros guardiões da família e de seus bens. Muitas vezes os escravos trabalhavam ao lado de seus senhores. Contudo, os senhores não tinham qualquer obrigação de trabalho, faziam apenas quando desejavam. As mulheres, principalmente, acompanhavam e coordenavam todo o trabalho da casa.

À família que chefiava o óikos, cabia as melhores terras. Todos os assuntos estavam sob sua influência. Estas famílias formavam grupos fechados, evitavam os casamentos com famílias subordinadas, a fim de evitar a perda do poder. Dentre eles, um era o rei, um grande chefe guerreiro.

Sem participar do óikos encontramos os demiurgos(demos-comunidade, ergon-trabalho), que eram trabalhadores da comunidade. Os demiurgos eram homens livres com alguma especialização (artesãos, médicos, cantores, ferreiros, etc.), que viviam de um para outro óikos, quando eram chamados para realizar algum serviço. Os demiurgos, apesar de não possuírem nenhuma propriedade, tinham uma boa posição social entre os homens livres pobres.

As pessoas de posição mais inferior na estrutura social dos tempos homéricos eram os tetas, camponeses sem terra, livres, sem nenhum vínculo com o óikos. Viviam perambulando a procura de sobrevivência, que conseguiam através de algum trabalho temporário. Sendo assim, podemos notar que o teta, apesar de ser livre, tinha condições de vida muito mais duras que o escravo.

Provavelmente havia também pequenos proprietários livres. 

Grécia - características gerais


O estudo da civilização grega é muito importante, pois ela, juntamente com a civilização romana se constituem na base do mundo ocidental ao qual fazemos parte. Portanto é dos gregos que herdamos muitas características de nossa cultura: o estudo de história, a filosofia, a democracia, o racionalismo, entre muitas outras coisas.

A Grécia situa-se ao sul da Europa, na península balcânica, entre os mares Jônio e Egeu. O território é bastante montanhoso e o solo pobre, árido e rochoso. O litoral muito recortado, cheio de ilhas, penínsulas e golfos. Devido à pobreza do solo, a pecuária era mais importante do que a agricultura.

Por outro lado, como era muito difícil a comunicação por terra, ela era feita por mar, que devido à situação do litoral, era facilitada. Assim desde cedo os gregos desenvolveram muito a navegação e o comércio com outras regiões.

Também é importante notar que a Grécia não era uma país ou um Estado unificado. Era uma região onde existia uma unidade cultural. Não é possível se falar do Estado grego, mas sim da civilização grega. Heródoto, historiador grego, afirmou que o corpo helênico tem o mesmo sangue, fala a mesma língua, possui os mesmos deuses, os mesmos templos, os mesmos sacrifícios. Os gregos estavam politicamente isolados entre si. A princípio viviam em aldeias igualitárias e com o decorrer do tempo, passaram a viver em Cidades-Estados, que não possuíam relacionamento político ou econômico.

domingo, 27 de março de 2011

O Século de Péricles

Péricles governou Atenas durante trinta anos (461 - 431 a.C.). Representava o Partido Popular e tornou-se ardoroso defensor da democracia escravista.



Péricles


Durante seu governo instituiu a remuneração para os ocupantes de cargos públicos, assim como para marinheiros e soldados, realizou várias obras gerando empregos e estimulou o desenvolvimento intelectual e artístico, principalmente o teatro, marcado pelo antropocentrismo, característica fundamental da cultura grega, em suas tragédias ou comédias a preocupação era retratar a vida humana, buscando compreender tudo o que cercava o ser humano, na sua história e em seu cotidiano.

Todo o desenvolvimento da cidade estava baseado na exploração do trabalho escravo e no expansionismo sobre as demais cidades gregas, obrigando-as a manter a Confederação de Delos, mesmo após o final da guerra (448 a.C.), quando os persas já haviam sido derrotados.


A postura imperialista ateniense serviria ao ideal pan-henístico defendido por Péricles. Para o líder ateniense, as cidades deveriam se reunir em um congresso para tratar de assuntos comuns, como a reconstrução de templos ou o combate à pirataria. No entanto esse ideal não foi concretizado, pois as intensas lutas existentes serviram para reforçar a histórica separação das cidades, culminando com a Guerra do Peloponeso, envolvendo praticamente todas as cidades gregas, polarizadas entre Atenas e Esparta.
FONTE: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=27

Bandeirantes e ouro no início da história de Curitiba

A região do Estado do Paraná, durante o século XVl permaneceu abandonado pela Coroa Portuguesa, de modo que, aproveitando-se deste facto, várias expedições de outros países visitaram-na, em busca principalmente de madeira de lei. As principais dessas expedições foram as espanholas, que criaram núcleos de povoamento no Oeste paranaense. No início do século XVll, com a descoberta de ouro no território paranaense e com a necessidade de índios para escravizar, os luso-brasileiros começaram a ocupar-se da região, através de bandeiras que partiam de São Vicente. Formou-se no Paraná uma área aurífera, anterior à descoberta de ouro em Minas Gerais. Os povoadores fixaram-se tanto no litoral como no planalto curitibano, sendo que a maior concentração ocorreu inicialmente em Paranaguá, que, por algum tempo centralizou a vida social do extremo sul da colónia. Em 1893, Curitiba foi elevada a vila, tornando-se o núcleo que iria comandar a expansão do Paraná. As dificuldades de exploração do ouro eram grandes, devido ao atraso relativamente aos métodos de exploração e à escassez de mão-de-obra, já que o índio havia sido dizimado na região. Assim, quando foi descoberto ouro em Minas Gerais, o ouro do Paraná perdeu toda a importância. A população de Paranaguá passou a viver da agricultura e a de Curitiba da criação de gado. Esta se desenvolveu em vista da necessidade de alimentação e transporte dos mineiros das Minas Gerais. Com a abertura do Caminho Viamão – Sorocaba, que ligava o Rio Grande do Sul a São Paulo, através da região curitibana, iniciou-se uma nova fase na história do Paraná: o tropeirismo, que se estendeu pelo século XVlll e seguinte. Proliferaram as fazendas de criação de gado, e a principal figura humana era o fazendeiro tropeiro, ou seja, o comerciante de tropa de gado, sobretudo muar. A comarca de Paranaguá e Curitiba, integrada na capitania de São Paulo, foi criada a 19 de Novembro de 1811. Mesmo depois da Independência do Brasil os paranaenses continuaram submetidos a São Paulo. Em 6 de Fevereiro de 1842, uma lei provincial de São Paulo elevou Curitiba à categoria de cidade. Em 9 de Agosto de 1853 foi por fim, aprovado o projecto da criação da Província do Paraná.