domingo, 3 de julho de 2011

O longo fim da escravidão no Brasil

Durante o Segundo Reinado a economia brasileira, principalmente a partir de 1830 alcançou grande incremento com a expansão da cultura cafeeira, primeiramente no Rio de Janeiro e depois em São Paulo. O café vai se tornar por muito tempo o principal produto de exportação da economia brasileira (na década de 1880, por exemplo, dizia respeito a mais de 60% do total das exportações brasileiras). Mantinha-se novamente o modelo colonizador que já vinha sendo reproduzido há séculos: latifúndio, monocultura, exportação e trabalho escravo.

O processo de transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado vai se prolongar por praticamente todo o século XIX. O Brasil já vinha sendo pressionado pelos ingleses a adotar medidas que minimizassem o prevalecimento da mão-de-obra escrava. Em 1845, por exemplo, os ingleses aprovaram a Lei Bill Aberdeen, que permitia que a marinha britânica aprisionasse navios negreiros. Há de se considerar, que na década de 1840 o Brasil não ratificou os tratados que concediam taxas alfandegárias favoráveis aos ingleses, e nesse sentido, a Bill Aberdeen não deixa de ser também uma forma de retaliação as medidas adotadas pelo governo brasileiro.

A proibição do tráfico de escravos vai ocorrer em 1850 (Lei Eusébio de Queirós), ocorrendo com isso, por um lado, o redimensionamento das forças produtivas, com um intenso tráfico interno de escravos, que eram deslocados das várias províncias para os grandes centros produtores de café. Com a proibição do tráfico a tendência foi a gradativa elevação dos preços dos escravos (já que no Brasil a escravidão era dependente da importação, com baixíssimos índices de natalidade), tornando o custo da mão-de-obra para as lavouras impraticáveis. A instituição da escravidão – pela própria reprodução das lavouras cafeeira – estava condenada, mas o seu fim seria marcado por uma longa e interminável agonia, que vai acabar somente em 1888, quando a monarquia dava seus úlitimos suspiros. Veja abaixo algumas ilustrações de Agostini, grande defensor da causa abolicionista.


 

Nas duas imagens acima, Agostini procura destacar e sensibilizar a opinião pública para os abusos que eram cometidos em relação aos escravos, destacando os castigos físicos. Abaixo, colaca-se em evidência o confronto entre ao abolicionistas e os escravocratas, que insistiam em manter instituição da escravidão, já a décadas fadada ao inevitável desaparecimento. Por último, uma imagem públicada no dia da abolição da escravidão no Brasil, onde os negros agora livres, comemoram entusiasticamente.
 
 
 Fonte: Sérgio Henrique - Imago http://imagohistoria.blogspot.com/2010/06/brasil-imperio-longa-agonia-da.html

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